Conferência internacional começa com palestras sobre avanços e retrocessos no desporto e apresentações de trabalhos

06/11/2013 13:12

CIJD é uma parceria entre UFSC, UDESC e Universidade do Porto

O professor da Universidade do Porto, Jorge Olímpio Bento, na abertura da 4ª Conferência Internacional de Jogos Desportivos (CIJD), que iniciou hoje no auditório do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, questionou o emprego de metáforas e alegorias no esporte, em particular no futebol, e propôs uma “tomada de consciência” dos diversos discursos e do exercício físico como a transcendência do ser humano. No ano que antecede a disputa da Copa do Mundo, a convenção ocorre até sexta-feira, pela primeira vez em um país não europeu. Além da UFSC, participam da organização do CIJD a Universidade do Estado de Santa Catarina e a Universidade do Porto.

“O objetivo do desporto é transcender o orgânico, através de uma dimensão espiritual, ética e estética”, ressaltou Bento. Para ele, as práticas esportivas não podem se restringir aos resultados para não abandonar o aperfeiçoamento artístico e espiritual humano. Ele lembrou a evolução da ciência dos desportos, inicialmente como busca pela perfeição e depois incorporado como estilo de vida, e problematizou o desafio atual em repensar “a terminologia linguística por professores, técnicos, jornalistas e comentaristas”. A expansão dos estudos sobre desporto está intimamente relacionada com o avanço na garantia dos direitos humanos e a afirmação de grupos sociais plurais e de diferentes faixas etárias.

O painel de abertura foi precedido pela apresentação de sapateado contemporâneo, por Marina Mano e Fernando Flesch com coreografia de Leme ao Pontal, do cantor Tim Maia, e da interpretação de Farinhada, pelo Grupo de Estudos da Terceira Idade, com utilização de balaios, saias rendadas e peneiras em alusão à tradição açoriana na produção de farinha de mandioca. Em 2011, a CIJD aconteceu em Portugal. A cada dois anos a conferência é realizada em um país diferente, com apresentações culturais e debates sobre ensino, aprendizagem, rendimento, cognição e formação de treinadores.

Por Ricardo Florêncio